terça-feira, 21 de agosto de 2012

Inércia


Como disse em meu primeiro post, eu sou guitarrista. Apesar de tocar violão desde meus 12 anos e guitarra desde meus 15, não sou um músico de destaque. Comecei com o violão de nylon que meu pai tinha, um DiGiorge feito a mão (sinto a necessidade de dizer que ele tinha um "sonzão"). Cheguei a pegar uma aula apenas com um guitarrista famoso da época, mas não gostei nem do professor e nem do método. Então ficava em casa torturando os ouvidos da minha mãe. Certo dia, meu tio Zé, para alguns Pr José Maria, fundou uma igreja chamada Ministério Cristão Família de Deus. Como diz o nome, a igreja era basicamente formada pela família Gontijo. As reuniões iniciais eram no apartamento do tio Beijo, hoje o Pr Benjamim, que por sinal é meu vizinho até hoje. Foram nessas reuniões que eu aprendi a tocar violão, onde meu caráter como cristão começou a ser moldado. Observava atentamente os meus primos Mário e Samuel tocando durante o louvor, e suava pra fazer as notas e tentar acompanhar. Foi dessa maneira que tudo começou. Desde então, sempre participei dos grupos de louvor das igrejas nas quais freqüentei, e também sempre tive uma banda de musica própria em paralelo.


Nesses 18 anos em que toquei em inúmeros grupos de louvor e bandas, aprendi uma coisa: praticamente tudo na musica é vaidade. Principalmente nos últimos anos, onde celulares tem mais recursos que computadores de 10 anos atrás, internet ao alcance de qualquer um. Essa necessidade das pessoas de serem aceitas no meio em que vivem foi potencializada. Com a super exposição que a internet oferece, encontraram ali a chance de ganhar seus minutos de fama, encontraram na mundo virtual a galinha dos ovos de ouro. Escolhem igrejas que possuem meios de comunicação próprio e lideres influentes, onde acreditam que encontrarão uma chance de ter o seu lugar ao sol. Fazem músicas com letras de fácil assimilação, mas que pouco dizem sobre o Evangelho. Quem mais perde com isso, somos nós mesmos. É fácil perceber a diferença. Basta ler uma letra de uma musica cristã famosa dos anos 80 e compara-la com uma atual. Antes o tema era sempre a Cruz, Espirito Santo e Salvação, hoje vemos quase que somente "nossa vitoria", "bênçãos sem medidas" e "não aceito". E nós simplesmente não fazemos nada a respeito. Ficamos olhando sem ver, ouvindo sem perceber e cantando sem dizer. Letras profundas como uma colher de chá. Radicais como a moda. Livres como uma manada de bois.



Temos que voltar ao primeiro amor. Aquele em que não era preciso ter um motivo para se alegrar, não precisava de um favor para agradecer. Simplesmente amava e isso bastava. Época em que não éramos acostumados com o favor diário da graça de Deus, que é a única razão de não sermos consumidos. Somos cauterizados pelo tempo, e nós, com a nossa acomodada inércia, preferimos deixar assim. Escolhemos evitar o custo, o gasto, o trabalho de reviver o compromisso que antes foi firmado. Nos agarramos a falsa esperança de que estamos salvos, graças àquela oração que fizemos anos atrás e pedimos para Cristo entrar em nossos corações. Afinal, é bem mais fácil pensar assim do que se arrepender diariamente, matar a sua carne, calar o seu ego e dizer não ao pecado. Cristo resolveu essa questão. Foi há dois mil anos atrás, pregado no madeiro, fora da cidade. Sem honra, mas sem pecado. Morreu. Mas ele ressuscitou e está vivo. Vivo dentro de mim. Dentro de você? Não sei, me diga você. Examina-te a ti mesmo à luz das Escrituras Sagradas, e veja se está salvo ou não.

Rebanhão
Primeiro Amor

Quero voltar ao início de tudo
Encontrar-me Contigo, Senhor
Quero rever meus conceitos e valores
Eu quero reconstruir
Vou regressar ao caminho
Volver às primeiras obras, Senhor

Eu me arrependo, Senhor
Me arrependo, Senhor
Me arrependo, Senhor

Eu quero voltar ao primeiro amor
Ao primeiro amor, ao primeiro amor
Eu quero voltar a Deus


Um comentário:

  1. Parabéns pelo blog amor. Que Deus continue te usando com palavras para abençoar o próximo. Te amo!

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